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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

MAIORIA DOS CONTRATOS DA DELTA FOI COM PREFEITURAS

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 O deputado Talles Barreto (PTB), relator da CPI que investigou a relação da Delta Construções com o poder público em Goiás, fez a leitura de seu relatório na manhã desta terça-feira, 26. Ele afirmou que produziu o relatório a partir das informações recolhidas, depoimentos prestados, e dados da CPMI no Congresso Nacional, formulando as conclusões transcritas em 37 folhas, de um total de 217.
Uma das conclusões constantes no documento elaborado por Talles é que o maior volume de obras realizadas pela Construtora Delta em Goiás se deu em contratos com as Prefeituras de Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia e Catalão.
O relator sugeriu o indiciamento de delegados, policiais civis e militares e servidores públicos por corrupção ativa e passiva, conforme foi levantado em investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, constantes na CPMI do Congresso.
Talles Barreto recomendou o encaminhamento do relatório ao Ministério Público para que este proceda às investigações sobre as denúncias formuladas pela CPI. Entre as providências a serem tomadas ele sugere que sejam averiguados contratos de prefeituras com a construtora Delta.
Prejuízo
O relator lembrou que a CPI foi prejudicada em seu trabalho por não poder investigar as Prefeituras de Aparecida de Goiânia e de Catalão por causa de liminar concedida pela Justiça e que as únicas informações sobre estes documentos foram obtidas em acórdãos do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Ao término de sua leitura, os deputados membros fizeram seus pronunciamentos. O peemedebista Daniel Vilela considerou que, ao contrário do anotado no relatório, o Ministério Público contestou o contrato de locação de veículos celebrado entre a empresa Delta e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás.
Daniel afirmou ainda que o relatório não citou o principal contrato da Delta com a Prefeitura de Goiânia, que é o da coleta de lixo. O deputado sugeriu a inclusão, no documento, da informação de que a Justiça negou o recurso apresentado pela Casa contestando a liminar que proibia investigação de prefeituras.
O petista Mauro Rubem afirmou que o relatório da CPI está aquém do que os fatos já provam. Segundo ele, além do rol de nomes dos policiais e servidores públicos, é necessário também apresentar a lista dos secretários e autoridades que possam estar envolvidos no esquema implantado pelo contraventor Carlos Cachoeira em Goiás.
Mauro Rubem contestou o posicionamento de Talles Barreto de que o governador não estaria envolvido no esquema montado pelo grupo de Cachoeira, conforme teria sido levantado pela Polícia Federal. A CPMI do Congresso, segundo o petista, teria provado o contrário. Ele afirma ainda que todos os depoimentos apontaram para graves falhas de funcionamento na estrutura administrativa do Estado.
Mauro Rubem destacou que em relação ao Detran, o relatório não confere com a auditoria realizada no órgão pelo Denatran. “A CPI precisa elucidar os crimes e as quadrilhas montadas. Temos que ter a preocupação de não lançar falsas denúncias, sem esconder o envolvimento de nenhum secretário."
Resposta
O deputado Túlio Isac respondeu as críticas formuladas por Mauro Rubem. O tucano mencionou a escuta telefônica realizada pela Polícia Federal em que Carlos Cachoeira se queixava do governador Marconi Perillo por não conseguir concretizar seus planos.
“Se Marconi estivesse envolvido com essa quadrilha, ela não precisaria comprar policiais e autoridades. Bastaria o governador mandar. Se Cachoeira tivesse o governo na mão, para que comprar policiais?”, questionou Tulio.
O tucano ainda cobrou de Mauro Rubem explicações sobre o fato de a então deputada Adriete Elias (PMDB) ter contratado a mãe de Cláudio Abreu, operador da Delta no Centro-Oeste, como sua chefe de gabinete.

Ao final da sessão, os deputados membros da CPI acataram sugestão do relator, de que o prazo para a apresentação de emendas ao seu relatório vá até as 18 horas desta sexta-feira, 1º de março. Talles pediu esse prazo para que ele e a Procuradoria da Assembleia tenham condições de estudar as propostas no final de semana. A votação do relatório será no dia 5 de março, na próxima sessão da CPI.
Na história
A CPI foi instalada no dia 10 de maio de 2012, com previsão inicial de 60 dias para o seu encerramento. Em razão dos embates políticos e jurídicos, ela foi prorrogada até a primeira quinzena de abril, mas seus integrantes, por decisão da maioria, optaram pelo encerramento dos trabalhos no dia 5 de março – dois meses antes de completar um ano.
Goias247

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