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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

CPI DO CACHOEIRA É PÁGINA VIRADA, DIZ PERILLO

Eduardo Ferreira                         :


 A CPMI do Cachoeira é uma “página virada” para o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). A declaração foi dada nesta quinta-feira (27) em entrevista coletiva no palácio Pedro Ludovico Teixeira, sede administrativa do governo do Estado. O tucano reafirmou que a comissão de inquérito tinha viés político e o objetivo de levar a cabo uma vingança pessoal do ex-presidente Lula contra ele por conta do “alerta” que fez ao petista em 2003 sobre a existência de Mensalão.
Perillo disse avisou Lula sobre o suposto esquema de compra de apoio no Congresso Nacional como amigo: “Fiz a minha parte lá atrás tentando alertá-lo como amigo, mas o que se evidencia hoje é que os problemas são muito maiores do que aqueles que foram informados por mim.” O tucano se referiu especificamente ao assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, e à Operação Porto Seguro, desencadeada contra a ex-chefe de Gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha.
Após fustigar o petista, Perillo disse que não nutre “sentimentos menores” em relação ao ex-presidente. “Não tenho o menor resquício de rancor. Ele vai tocar a vida dele e eu vou tocar a minha como estou fazendo. Aliás, neste ano, por mais intensa que tenha sido a crise que se abateu especialmente em relação a mim, o Estado de Goiás continuou, crescendo mais que qualquer outro Estado do Brasil, no PIB, nas exportações, no emprego.”
Justiça
Ao expor que não poderia aceitar um “julgamento político” da CPI, Perillo disse confiar na isenção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que agora o investiga, e que vai respeitar qualquer que seja a decisão da corte: “O que não dava era para aceitar uma investigação completamente enviesada. Uma investigação com direcionamento político, maldosa e que tinha como objetivo vingança. Vingança mesmo! Todo mundo sabe da desavença que tenho com o Lula exatamente porque eu avisei que havia Mensalão no governo dele um ano antes do Roberto Jefferson fazer isso.”
Perillo disse ainda que se não fosse o desequilíbrio de forças na CPMI ou no Congresso Nacional, outros agentes políticos de Goiás e de outros estados teriam sido investigados. O governador se referia aos governadores do DF, Agnelo Queiróz, e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, além de prefeituras governadas pelos opositores PT e PMDB em Goiás. “Eu estou sendo investigado. Abri todos os meus sigilos”, disse Perillo, para desqualificar o relatório do deputado Odair Cunha (PT-DF)
Para o governador goiano, ficou provado no relatório que os alvos da CPMI eram o senador Demóstenes Torres (que foi cassado) e o governador de Goiás por conta do Mensalão. E citou outros alvos: “O procurador geral da República, por conta do Mensalão; a (revista) Veja por conta do Mensalão e de outros episódios. O relator acabou cedendo em relação a Veja e a figurões maiores, mais importantes, e restou apenas o governo de Goiás. O relatório era tão enviesado politicamente, tão direcionado, que restou derrotado.”
Confira outros tópicos da entrevista:
Reeleição 2014
 “Não tenho ansiedade em relação a 2014”, ressaltou Perillo. O governador ainda completou dizendo que sua preocupação é que o governo deslanche e realize ações e benefícios. “Não tenho projeto político definido”. Ele também marcou uma data para anunciar seu futuro político. “No dia 27 ou 28 de dezembro de 2013 eu vou comunicar qual será meu projeto político. Isso será decidido após conversa com aliados”.
Reforma do secretariado
Ao falar deste assunto, Perillo foi enfático e não se alongou na resposta. “Quem coordena a reforma e faz mudanças é o governador”. Ele afirmou que muitas vezes surgem fofocas e boatos, mas que a palavra final é dele. “As mudanças serão feitas de acordo com o cumprimento ou não das metas. É simples”, disse.
Situação fiscal
Perillo disse que 2012 foi um ano de dificuldades. O cumprimento do piso salarial dos professores resultou num impacto de R$ 500 milhões na folha de pagamentos do Estado. O governador disse que deve haver sim déficit, mas que ele considera irrisório, pois as grandes obrigações foram cumpridas. “Estamos concluindo o ano com a folha quitada, com o 13º pago e com as principais obrigações em dia, como, por exemplo, o pagamento dos prestadores de serviço do Ipasgo”, disse. O controverso aumento da contribuição previdenciária dos servidores também foi abordado. Para o governador, era preciso tomar esta decisão antes que a situação se tornasse insustentável. “Ou se toma providência agora ou iria piorar. O Tesouro Estadual já se ocupa com os servidores inativos e pensionistas. A mudança vai gerar uma receita líquida de R$ 150 milhões”.
Obras
Perillo disse que pela primeira vez em seus governos não existe o problema da falta de recursos para obras. “Nossa preocupação será com as despesas correntes”, avisou. Segundo ele, a previsão de investimentos é de R$ 4 bilhões – onde estão inclusos a construção de dois hospitais e de 40 escolas Padrão Século XXI. R$ 1,4 bilhão será destinado para a reconstrução de rodovias, recursos garantidos através de financiamento do BNDES.
Gestão por OS
O governo estadual tem priorizado a gestão das Organizações Sociais nos hospitais da rede pública, segundo Perillo, porque o modelo está funcionando. Ele citou o que considera avanços obtidos no Hugo e no HGG. Disse que acompanha de perto o desempenho dos gestores. “Estamos fazendo uma vigilância grande em relação ao cumprimento dos contratos pelas OSs. Realizo toda semana uma reunião com a equipe de força-tarefa da saúde para saber como está a situação”. Na entrevista, o governador revelou que pensa em adotar este modelo de gestão nos presídios.
Veículo Leve sobre Trilhos
Primeiro o governador destacou os investimentos que foram feitos no Eixo Anhanguera como os 90 ônibus novos que foram adquiridos. A demanda hoje na linha gira em torno de 260 mil usuários por dia e por isso é necessário haver uma mudança no sistema de transporte. “Com o VLT será mais ágil, os veículos são maiores e o tempo de viagem será mais curto”, disse. “Será o projeto de maior impacto de modernidade em Goiânia”, disse o tucano.
Goias247

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