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domingo, 21 de outubro de 2012

A falta de peso do PT de Goiás


Partido não tem ninguém em cargo de primeiro escalão no governo federal e o nome mais importante da sigla no cenário nacional, já condenado no STF, corre o risco de ir para a cadeia
Juízes do Supremo julgam réus do mensalão: condenações por compra
de apoio parlamentar no governo Lula
Impressionante a falta de peso do PT de Goiás no plano nacional. Nenhum goiano tem cargo de ma­ior expressão na equipe de Dilma Rousseff. Adhemar Pa­locci — se o colunista não está defasado, ele continua diretor de Planejamento da Ele­tro­norte —, irmão caçula do ex-ministro mais poderoso do governo, Antonio Palocci, não conta. Alguns até querem que seja, mas Adhemar não é goiano. Viveu por aqui por um tempo e foi secretário municipal na gestão de Pedro Wilson. Olavo Noleto está lá, na borda do poder, mas sua força se limita às articulações locais. Pedro Wilson foi nomeado para um cargo de terceiro escalão, um evidente agrado após a derrota ao Senado em 2010, quando teve menos de 18% dos votos, mesmo recebendo o apoio ostensivo de Lula da Silva e de Dilma Rousseff.

Pois nesse quadro inóspito, para piorar, o petista goiano mais importante pode se ver forçado pela Justiça a sumir de cena. Discreto, influente no partido do qual foi tesoureiro nacional, amigo de Lula a ponto de segurar/esconder a cigarrilha do ex-presidente em público, ele foi importantíssimo na reeleição de Iris Rezende em 2008 e agora na de Paulo Garcia, tanto articulando nos bastidores como provendo recursos financeiros às campanhas. Para isso, valeu-se dos (ótimos) contatos com a cúpula partidária em Brasília e São Paulo. Força tamanha que lhe possibilitou fazer de seu irmão o vereador do PT mais votado em Goiânia.

Pois esse homem, o petista goiano mais importante no Brasil, já recebeu algumas condenações do Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Penal 470, por ter operado a compra de votos no Congresso Nacional para a base governista de Lula. Esse petista goiano ilustre corre o risco de ir para a cadeia. A aguardar os desdobramentos do julgamento do mensalão.
A oposição precisa mesmo ter pressa

Integrantes de cinco partidos da oposição deram o start para a sucessão estadual. A reunião foi realizada na terça-feira, 17, na sede do PSB em Goiânia, tendo, pois, como anfitrião, o “socialista” José Batista Júnior, o Júnior Friboi. Entre dirigentes partidários de maior ou menor expressão (do PT, do PMDB, do PSB, do PTN e do PRTB), pelo menos três nomes que aparecem na lista de pré-candidatos ao governo compareceram ao encontro: o próprio Júnior Friboi, o deputado federal Rubens Otoni (PT) e o prefeito de A­parecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB).

Não apareceram o ex-prefeito Iris Rezende (PMDB), o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, e o ex-prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso. Certamente, as ausências são mais reveladoras do que as presenças. Ou alguém concebe conversa de oposição sem essas figuras?

Obviamente que as razões das ausências foram explicadas no encontro do frentão oposicionista, mas em política a explicação muitas vezes não explica. Pelo contrário, pode “desexplicar”.

Interessante observar que Jú­nior Friboi afirmou que a oposição já está unida em torno de um projeto político para o Estado e que a reunião serviu mais para avaliar o resultado das eleições municipais e “afinar” o discurso das legendas de oposição. Friboi refirmou sua pré-candidatura, mas fez questão de dizer que todos os partidos têm o direito de colocar seus nomes e ver, lá na frente, quem aglutina mais.

É uma mudança de posicionamento. Há alguns anos, antes da eleição de 2010, Friboi esperava ser ungido por tudo e por todos. Chegou a explicitar que achava viável que Marconi, Iris, o PT e sabe-se lá quem mais o apoiasse para o governo. Agora ele dá mostras de que tomou consciência de que o espaço político tem de ser cavado na base da articulação, da negociação. É uma evolução, sem dúvida.

De qualquer maneira, o convescote oposicionista pouco mais de uma semana após a eleição municipal, que em Goiânia foi decidida no primeiro turno, revela que a oposição tem pressa. E tem razão em ter pres­sa, porque o adversário não é de perder tempo. E não está perdendo tempo. Marconi Perillo (PSDB) está em campo, está jogando o jogo.

No mesmo dia do encontro da oposição em Goiânia, o tucano esteve em Brasília, mais exatamente no Ministério da Fazenda, onde assinou contrato de contragarantia entre a União e o Estado de Goiás, com interveniência da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. O objeto do contrato: R$ 1,5 bilhão que o governo goiano conseguiu no Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-mico e Social (BNDES), um contrato original que tinha sido assinado na semana anterior, no Rio de Janeiro.

É uma bela grana. Nesta semana, Marconi espera começar a assinar os contratos para obras de infraestrutura a serem financiadas com esse recurso. O governador pretende aplicar o dinheiro principalmente em pavimentação e reconstrução de rodovias e construção de pontes e aeroportos. As obras que serão executadas em todas as regiões, em 156 municípios, ou seja, 61% do Estado.

E nunca é demais lembra: obras rendem dividendos eleitorais. Com obras vistosas, que efetivamente melhoram a qualidade de vida da população, Marconi solidifica sua base no interior. É a base segura para a reeleição. À oposição, pois, cabe ter pressa.
fonte:jornalopção.com.br

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